Suzane Von Richthofen: delegada faz vídeo “sinistro”
Críticas e reflexões sobre o caso Richthofen nos filmes
O caso de Suzane Von Richthofen, um dos crimes mais chocantes e notórios da história do Brasil, continua a intrigar o público, gerando discussões sobre a representação dos eventos em filmes e a realidade por trás do crime.
Recentemente, a delegada Cintia Tucunduva, que liderou a investigação do caso em 2002, fez críticas e reflexões sobre o terceiro filme da série, A Menina Que Matou os Pais – A Confissão, lançado no Amazon Prime Video. Ela destacou que o filme é o mais “fiel aos fatos“, mas ressaltou algumas diferenças notáveis na representação da personagem Suzane Von Richthofen.
Delegada fala sobre divergências entre o filme e a realidade sobre Suzane Von Richthofen
O filme, estrelado por Carla Dias no papel de Suzane Von Richthofen, mostra a personagem gritando e demonstrando emoções quando confrontada pela delegada Cintia Tucunduva no momento da prisão.
No entanto, a delegada ressalta que a real Suzane não demonstrou nenhuma emoção, desespero ou arrependimento quando foi presa. A única exceção ocorreu quando o público que estava do lado de fora da delegacia fez menção de linchá-la ao sair da prisão. Esse foi o único momento em que a delegada lembra de alguma reação emocional por parte de Suzane.
Outra cena do filme que a delegada não se lembra de ter acontecido na vida real é quando Suzane pede perdão ao seu irmão, Andreas, após receber voz de prisão. Segundo Cintia Tucunduva, Suzane não demonstrou nenhum gesto de compaixão, perdão ou arrependimento durante o período em que esteve sob custódia da polícia.
Reação sinistra e elementos cruciais
O filme também destaca a reação “sinistra” de Suzane Von Richthofen após confessar o assassinato de seus pais. Enquanto a documentação para sua prisão estava sendo preparada na delegacia, ela surpreendeu a todos ao deitar no sofá e aparentar completa descrença de que o crime seria esclarecido. Essa postura de Suzane deixou uma forte impressão na delegada, que nunca havia visto algo semelhante.
A delegada Cintia Tucunduva também enfatizou que o filme mostrou elementos cruciais que levaram a polícia a concluir que o crime tinha sido cometido por alguém do círculo familiar.
A casa da família Richthofen permaneceu notavelmente organizada após o assassinato, com detalhes como uma jarra amarela, um saco de lixo e uma faca que chamaram a atenção dos investigadores. Esses objetos estavam em locais específicos e não havia sinais de desordem na casa, indicando que alguém familiar com o ambiente estava por trás do crime.
Caso aconteceu há mais de 20 anos
O caso do casal Richthofen é marcado por sua complexidade e pela passagem do tempo, visto que o crime ocorreu há mais de 20 anos. Suzane Von Richthofen, Daniel Cravinhos e Cristian Cravinhos, condenados pelo assassinato dos pais de Suzane, tiveram diferentes trajetórias após o julgamento.
Suzane Von Richthofen, que estava em regime aberto desde o início deste ano, se dedicou a uma nova vida. Ela mora em Angatuba, interior de São Paulo, onde cursa biomedicina e prestou concurso público na Câmara Municipal de Avaré.
Além disso, iniciou um negócio de costura chamado Su Entre Linhas, comercializando peças pela internet e acumulando quase 30 mil seguidores no Instagram. Recentemente, surgiram rumores de que Suzane está grávida de uma menina e vive com seu namorado, Felipe Zecchini Muniz, em Bragança Paulista.
Daniel Cravinhos, que alterou seu sobrenome para Bento após se casar com a biomédica Alyne Bento em 2014, se dedicou ao trabalho no ramo de motovelocidade, pilotando e customizando motos na Zona Sul de São Paulo.
Por outro lado, Cristian Cravinhos, irmão de Daniel, cumpriu pena em regime semiaberto, mas voltou à prisão após tentar subornar policiais e enfrentar acusações de posse ilegal de munição.
Os filmes sobre o caso Richthofen lançados no Amazon Prime Video, incluindo A Menina Que Matou os Pais – A Confissão, continuam a gerar interesse e discussão sobre a representação dos eventos reais. O roteirista Raphael Montes esclareceu que os envolvidos no caso não tiveram contato com a produção e que o filme se baseia exclusivamente nos depoimentos registrados nos autos do processo, que são públicos.
O caso do casal Richthofen permanece como um marco na história do Brasil, e a análise de Cintia Tucunduva fornece uma perspectiva única sobre as representações cinematográficas desse trágico evento, destacando as diferenças entre a realidade e a ficção. A complexidade do caso e as vidas dos envolvidos após o julgamento continuam a intrigar e cativar o público brasileiro.