Novela que deixou marcas em Taís Araújo é adiada por 4 anos no Globoplay
A decisão estratégica do Globoplay em resgatar a novela “Viver a Vida”, protagonizada por Taís Araújo, em 2027 gerou ampla especulação entre os entusiastas de produções televisivas. Erick Bretas, diretor de Produtos e Serviços Digitais da Globo, foi o responsável por compartilhar detalhes sobre essa empreitada durante uma interação nas redes sociais. A trama, que foi ao ar entre 2009 e 2010, representa um ponto singular na carreira do autor Manoel Carlos, sendo reconhecida como uma das produções menos bem-sucedidas do renomado escritor.
Controvérsias em torno de Helena, interpretada por Taís Araújo
A interpretação de Taís Araujo como Helena, a protagonista da trama, gerou debates intensos. Nas entrevistas em que a atriz classificou sua participação como “um erro”, ela não apenas destacou as complexidades do papel, mas também levantou questões cruciais sobre representatividade racial. Ao enfatizar o tratamento inadequado da personagem como branca, Araujo trouxe à tona a difícil realidade do racismo no contexto brasileiro.
“A culpa não foi minha. Ou não foi exclusivamente minha. Eu fui espinafrada e pensava que aquele era o fim da minha carreira. Todo mundo caiu na questão de tratar a personagem como branca, acreditando na democracia racial, de que somos todos iguais. Não é assim na rua, pois o Brasil é racista.”
Taís Araújo
A presença de críticas dos movimentos negros adicionou camadas profundas ao debate, especialmente em relação a uma cena específica. A representação de Helena em uma posição submissa, sofrendo uma agressão, provocou indignação por parte do movimento. A declaração de Taís Araújo mostrou sua mudança de postura quanto ao seu papel da época.
Mudança de foco no personagem principal e audiência
A guinada narrativa em “Viver a Vida” surpreendeu o público ao centrar a atenção na personagem Luciana, interpretada por Alinne Moraes, em detrimento da protagonista original, Helena, interpretada por Taís Araújo. Luciana, uma jovem modelo que enfrenta a tetraplegia, emergiu como uma figura mais marcante. Essa mudança de ênfase revelou as dificuldades da trama em envolver o espectador na história central, sinalizando um desafio significativo na condução narrativa.
Os números de audiência de “Viver a Vida” foi algo desafiador para a produção de “Viver a Vida”. Com uma média de 36 pontos na Grande São Paulo, a novela não conseguiu atingir os patamares estabelecidos por suas antecessoras na grade de programação. A comparação com sucessos como “Caminho das Índias” e “A Favorita”, que alcançaram índices mais elevados, evidenciou a falta de popularidade da trama entre o público.
Embora única, trama de Manoel Carlos acabou não rendendo o esperado
“Viver a Vida” permanece como uma obra singular e menos exitosa na extensa carreira de Manoel Carlos. O anúncio do Projeto Resgate pelo Globoplay, agendado para 2027, alimentou discussões vigorosas sobre o impacto duradouro da trama e suas controvérsias. Embora tenha sido adiado, pode ser que a novela possa ser descartada.
A falta de sucesso, aprofundada pelas críticas raciais e pela mudança de foco narrativo, contribuiu para a reputação controversa dessa produção na rica história da teledramaturgia brasileira. O retorno tardio da novela à cena não apenas promete entretenimento, mas também proporcionará uma revisitação crítica, oferecendo uma oportunidade única de reflexão sobre os desafios enfrentados por “Viver a Vida” durante sua exibição original.