Quem quer ser um milionário? Riscos e Possibilidades no mercado de influência
Redação: Bruna Bozano
Quem quer ser um milionário? Riscos e Possibilidades no mercado de influência. Uma matéria publicada dia 25 de fevereiro, na Splash, site parceiro do Uol, trouxe a informação de que uma influencer digital, de 29 anos, precisou usar cadeira de rodas por causa do vício do uso do celular.
Fenella Fox, dona de um perfil com mais de 150 mil seguidores, foi se tornando cada vez mais obcecada pelas redes sociais, chegando a passar 14 horas por dia conectada.
O excesso do uso do celular começou a afetar seu equilíbrio e ela passou a ter crises de náusea, tontura e fortes dores no pescoço e na cabeça.
Em certo momento, a influencer chegou a precisar de cadeira de rodas para se locomover, e este foi o momento em que ficou claro que era necessário mudar seu comportamento.
A jovem relatou que ficou doente por cerca de 6 meses e que só quando começou a reduzir o uso do celular, iniciou seu processo de melhora.
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Longe demais
Fox, como diversas outras jovens, passou dos limites em relação ao uso das redes sociais e do smartphone, de modo geral, e isso tem se tornado cada vez mais comum.
Além dos games, que podem ocupar horas e horas da rotina dos aficionados por jogos digitais, o universo da influêncial também pode aprisionar seus usuários e causar diversos tipos de problemas físicos, emocionais e sociais.
Influência
A influência de consumo, até os anos 2000, sempre foi a televisão, os atores, cantores e outras personalidades presentes nos programas de televisão.
Marcas de todos os segmentos pagavam milhões de reais para aparecer, por um segundo, em uma cena de novela.
A Stone, empresa intermediadora de pagamentos, investiu uma fortuna para aparecer na novela A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco, pouco antes de 2020. Hoje, investe muito mais em outros tipos de publicidade, como as campanhas que faz com Cupom Ton, aproveitando o público dos influencers que divulgam a maquininha da companhia em troca de comissão.
A atenção das pessoas está mudando de lugar.
A televisão ainda ocupa um espaço muito grande do tempo das pessoas mais velhas e de quem está localizado em regiões onde há pouco acesso à internet, mas a presença digital e a parceria com os influenciadores, já parece ser um caminho sem volta.
Blogosfera
Desde 2011, as coisas já estavam caminhando para esse lado.
Os blogs estavam se tornando cada vez mais populares e as blogueiras já começavam a fotografar seus recebidos para fazer postagens de publis.
O e-commerce ainda não era tão popular no Brasil e pouco se falava em consultoria de marketing digital, então era comum que as empresas contatassem blogueiras para que elas mostrassem o passo a passo de uma compra, a escolha, o andamento da entrega pelo site dos Correios Rastreamento, e, por fim, a chegada.
Naquela época, nomes como Bianca Andrade e Alice Salazar eram algumas das poucas blogueiras que conseguiam atingir um público um pouco maior e comprador, mas mesmo os blogs menores já tinham seus seguidores e leitores fieis, o que já garantia que diversas parcerias fossem fechadas e as blogueiras recebessem diversos tipos de produtos em forma de permuta e que, conforme o crescimento do blog fosse acontecendo, pudessem, também, cobrar, em dinheiro, por suas publicações.
O nome “digital influencer” estava longe de existir. O Instagram, também. Os blogs próprios eram o caminho que fazia as blogueiras encontrarem seu público e o ambiente era muito menos tóxico.
As interações aconteciam em uma velocidade muito mais lenta. Sem 4G, sem smartphones e sem wi-fi na maioria dos lugares.
Era preciso preparar conteúdo com capricho, postar e aguardar o resultado que, geralmente, surgia aos poucos.
Era como jogar na loteria.
Hoje, é caça-níquel.
Os efeitos no cérebro são absolutamente diferentes, mas os objetivos ainda são parecidos.
O Nome Nas Estrelas
Quem começou a blogar há 10, 12 anos atrás, viu nascerem as primeiras linhas de cosméticos com nomes de influencers – que, na época, se chamavam, apenas, blogueiras.
Bruna Tavares foi a primeira blogueira que teve uma coleção própria de cosméticos, mas de lá para cá, o que não faltaram foram influenciadoras assinando produtos cosméticos e maquiagens.
Os produtos Virgínia Fonseca, influencer que começou sua carreira em 2016 e entrou para a Forbes Under 30 2022, hoje são mais famosos do que linhas de marcas tradicionais e populares, já conhecidas há décadas no mercado nacional.
Recentemente, a influencer fez uma live junto de Samara Pink e, em 12 horas, R$15 milhões de reais foram faturados.
Qual marca convencional consegue fazer algo assim hoje em dia?
Imaginar que, em 10 anos, é possível se tornar uma pessoa famosa e milionária, pode fazer com que muita gente entre no mundo da fantasia das redes sociais, e acabe ficando perdido por lá.
Tem Jeito
Apesar de, em alguns momentos, parecer que o universo digital pode ser um abismo perigoso e profundo para os jovens, ainda é possível admitir que, neste novo cenário, muita gente está se desenvolvendo economicamente, aprendendo a empreender, buscando construir algo relevante para a sociedade e apresentar algo de valor para os próprios pais e familiares.
Tem gente ensinando coisas novas e incríveis nas redes.
Gente nova, dando um show em educação financeira, ensinando do básico ao avançado, da poupança ao índice BigMac, e ajudando muito quem quer se organizar financeiramente e até se tornar um investidor.
Tem quem ensine a cozinhar, a bordar, a fazer pequenos reparos domésticos, elétricos ou hidráulicos…
Há muita coisa útil dentro das mídias sociais.
O problema é que o que ganha repercussão, geralmente, não é o que é relevante.