Especialista Analisa Aumento de Acidentes com Aviões de Pequeno Porte
Recentemente, o Brasil e outros países foram impactados por uma série de acidentes envolvendo aviões de pequeno e médio porte. Um exemplo trágico ocorreu na última sexta-feira (7/2), quando um jato caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, em São Paulo, atingindo um ônibus e resultando na morte de dois tripulantes. Outro incidente aconteceu em Ubatuba, onde o piloto também faleceu. Para entender melhor as causas por trás dessa crescente preocupante, o renomado criador de conteúdo de aviação, Lito Sousa, compartilhou sua análise.
Segundo Lito, para compreender o aumento dos acidentes, é necessário identificar os fatores que contribuíram para esses eventos. Ele destaca que os relatórios de acidentes levam cerca de um ano ou mais para serem divulgados, dificultando uma análise imediata. Contudo, a partir de dados do SIPAER, um portal de transparência da Força Aérea Brasileira, é possível observar um aumento na contribuição de fatores humanos como causas dos acidentes.
Queda de jato na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo e em Ubatuba (Reprodução/montagem)Fatores Humanos em Foco
Os acidentes frequentemente são categorizados como falhas mecânicas, mas, ao investigar mais a fundo, fatores humanos, como erros na manutenção e operação das aeronaves, também são identificados. Lito Sousa enfatiza a importância da cultura organizacional de segurança, que é um aspecto psicológico que afeta tanto a manutenção quanto a pilotagem. De acordo com as estatísticas do SIPAER, 33% dos acidentes têm relação com aspectos psicológicos, incluindo estresse e fadiga, que influenciam as tomadas de decisão.
Transformando a Cultura de Segurança
Para reverter essa tendência de acidentes, Lito Sousa propõe a implementação urgente de cursos focados em fatores humanos, direcionados tanto para pilotos quanto para mecânicos da aviação de pequeno porte. Ele sugere que esses cursos abordem os acidentes recentes como lições a serem aprendidas, aumentando a conscientização sobre as limitações humanas na operação aérea.
Além disso, o especialista destaca a necessidade de uma mudança cultural em relação à segurança e à fiscalização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Embora essa mudança seja um processo demorado, é essencial para melhorar a segurança na aviação de pequeno porte. Lito acredita que, ao observar a cultura de segurança da aviação comercial de grande porte, podemos aprender valiosas lições que ajudarão a evitar novos acidentes, sem a necessidade de alterar as regulamentações existentes.
Finalizando sua análise, Lito Sousa expressa que a redução do número de acidentes na aviação comercial deve servir como modelo para a aviação de pequeno porte. A ideia não é criar uma competição sobre segurança, mas sim promover um aprendizado coletivo que proteja vidas e evite tragédias familiares.
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