Gol Olímpico: A História por Trás do Feito Raro

A Origem do Nome Gol Olímpico

O termo gol olímpico surgiu em 2 de outubro de 1924, quando o jogador argentino Cesáreo Onzari marcou um gol desse tipo durante um amistoso entre Argentina e Uruguai. O detalhe que tornou essa jogada emblemática foi o fato de que, meses antes, o Uruguai havia conquistado a medalha de ouro no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Paris. Como provocação, a imprensa argentina se referiu ao feito como gol de Onzari contra os Olímpicos. Com o tempo, a expressão foi encurtada, tornando-se popularmente conhecida como gol olímpico.

Curiosamente, esse gol só foi possível devido a uma mudança nas regras do futebol. Até 1924, um gol só era considerado válido se houvesse outro toque após a cobrança do escanteio. No mesmo ano, a International Board, responsável por regulamentar as regras do esporte, alterou essa norma, permitindo que um jogador pudesse marcar diretamente do tiro de canto, o que possibilitou a histórica jogada de Onzari.

Gols Olímpicos em Copas do Mundo

Devido à complexidade da jogada, o gol olímpico é extremamente raro em grandes competições. Na história das Copas do Mundo, apenas um jogador conseguiu tal feito: o colombiano Marcos Coll, que marcou em 1962, durante o torneio realizado no Chile. Este gol, além de raro, foi ainda mais impressionante por ter sido anotado contra Lev Yashin, o famoso goleiro da União Soviética e o único arqueiro a vencer a Bola de Ouro. O lance ajudou a Colômbia a empatar o jogo em 4 a 4, em um dos duelos mais memoráveis daquela edição do torneio.

O Gol Olímpico nos Jogos Olímpicos

Embora o nome sugira uma ligação direta, o gol olímpico levou décadas para ser registrado nas competições olímpicas. A primeira jogadora a conseguir tal feito foi a americana Megan Rapinoe, que balançou as redes diretamente de um escanteio em 2012, durante a semifinal contra o Canadá em Londres. Rapinoe repetiu a façanha em Tóquio 2020, na disputa pela medalha de bronze contra a Austrália, tornando-se a única atleta a marcar dois gols olímpicos em edições dos Jogos.

Outros Craques que Marcaram Gols Olímpicos

Ao longo dos anos, vários jogadores se destacaram por marcar gols olímpicos, embora poucos tenham feito isso com frequência. No Brasil, o Santos é um clube que se destaca nesse quesito, tendo registrado 14 gols olímpicos ao longo de sua história. O primeiro foi anotado em 1938 por Ruy Gomide, em um amistoso contra o Corinthians. Entre os ídolos do clube que também conseguiram essa proeza estão Pepe, Pelé e Elano.

• Pepe: Marcou na vitória por 11 a 0 sobre o Botafogo-SP, no Campeonato Paulista de 1964. O lendário ponta-esquerda também fez outros dois gols olímpicos, um em 1944 e outro em 1968.
• Pelé: O Rei do Futebol registrou seu único gol olímpico em 1973, durante uma goleada por 4 a 0 sobre o Baltimore Bays, nos Estados Unidos.
• Elano: O meia brasileiro anotou um gol olímpico em 2004 na vitória por 3 a 0 sobre o Guarani, pelo Campeonato Paulista.

Além desses, outros jogadores como João Paulo, Zé Sérgio, Rodrigo Fabri e Marquinhos também deixaram sua marca atuando pelo Santos. O gol olímpico mais recente do clube aconteceu em 2010, quando Marquinhos balançou as redes na goleada por 5 a 0 sobre o Monte Azul. Após 15 anos, Neymar novamente colocou o Peixe na lista de times que realizaram essa façanha.

O Gol Olímpico Hoje

Apesar das transformações no futebol ao longo das décadas, o gol olímpico permanece uma jogada rara e admirada. A capacidade de um jogador de superar diretamente o goleiro e a defesa adversária em uma cobrança de escanteio sempre gera entusiasmo entre torcedores e especialistas. Seja nos tempos antigos ou na era moderna, esse feito continua a ser lembrado como um dos momentos mais mágicos do futebol.

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