Você se lembra? Declaração sobre gênero de Roberta Close gerou alvoroço no passado

Uma história de vida e identidade em entrevista exclusiva

Em 2015, o saudoso apresentador Gugu Liberato conquistou uma entrevista exclusiva com a icônica musa dos anos 80, Roberta Close.

Após uma década de silêncio perante a imprensa, a atriz abriu seu coração para discutir aspectos íntimos de sua vida, incluindo um detalhe marcante: sua condição hermafrodita.

A entrevista, no entanto, não foi uma tarefa simples de se obter. As negociações para convencer Roberta a falar duraram meses, e Gugu fez uma viagem especial até Zurique, na Suíça, onde a atriz reside atualmente. Ele foi calorosamente recebido em um hotel pela própria Roberta, que expressou sua felicidade com a presença do apresentador.

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Roberta Close falou sobre a questão de seu gênero – Foto: Reprodução

Roberta Close concede entrevista

Roberta Close, que agora tem 58 anos, decidiu compartilhar detalhes de sua vida, revelando que sua infância não foi fácil. Ela descreveu uma série de castigos e punições que enfrentou quando era jovem, incluindo surras com chineladas e cintos.

A atriz explicou que, desde cedo, não era aceita como mulher, o que a levou a deixar sua família aos 14 anos:

Eu acho que precisei muito mais de atenção por ter saído muito jovem do relacionamento familiar, quase sendo obrigada, porque não foi uma escolha minha. Foi uma situação em que me obrigaram a sair do constrangimento, porque era tudo muito difícil.

Apesar das dificuldades, ela destacou o apoio de sua mãe, que sempre esteve ao seu lado. No entanto, as punições físicas que enfrentou foram um fardo pesado a carregar:

Minha mãe sempre me apoiou, mas, por outro lado, tinha o castigo. Apanhava muito.

A revelação mais impactante da entrevista foi a afirmação de que Roberta Close é uma pseudo-hermafrodita feminina.

Ela explicou que nasceu com genes masculinos, mas com identidade de gênero feminina.

Para entender melhor essa condição, Gugu consultou o Dr. Jalma Jurado, um cirurgião especialista, que esclareceu o termo “hermafrodita” e como a identificação de uma pessoa hermafrodita pode ser feita por médicos.

Segundo o Dr. Jalma Jurado, “hermafrodita” é um termo derivado da mitologia grega que descreve a fusão de dois sexos, mas não é mais utilizado na medicina.

No caso de Roberta Close, ela nasceu com órgãos masculinos, mas sempre se identificou como uma mulher. O especialista explicou que é possível chegar a essa conclusão por meio de exames físicos e laboratoriais.

Roberta Close revelou que, em seu registro de identidade (RG), seu nome era Luiz Roberto, mas com o tempo, conseguiu legalmente mudar seu nome. No entanto, a verdadeira luta estava relacionada à questão de gênero:

Foram 15 anos para conseguir mudar o nome, mas o nome em si não era um problema. O problema era o gênero.

Durante a entrevista, Roberta compartilhou outras experiências marcantes, como o momento em que teve que se alistar no exército e enfrentou uma situação constrangedora. O oficial responsável pelo alistamento, visivelmente sem jeito, nem chegou a examiná-la e a dispensou do serviço.

Símbolo de luta

Roberta Close se tornou uma figura importante na luta contra o preconceito e um símbolo sexual no Brasil e no mundo.

No entanto, ela também lembrou que enfrentou agressões nas ruas devido à falta de compreensão das pessoas em relação à sua identidade de gênero.

Essa entrevista exclusiva de Gugu Liberato com Roberta Close trouxe à tona uma parte significativa da história da atriz e destaca a importância de discutir questões relacionadas à identidade de gênero e a diversidade.

Roberta Close não apenas abriu seu coração, mas também abriu portas para uma compreensão mais ampla da complexidade da identidade humana.

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