Milei escreve carta para Lula depois de xingamentos ao presidente brasileiro

A carta do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, convidando Luiz Inácio Lula da Silva para sua posse em dezembro, marca uma surpreendente reviravolta nas relações bilaterais. Em um gesto inesperado, Milei expressa a perspectiva de uma colaboração próxima entre Argentina e Brasil, reconhecendo os desafios comuns enfrentados por ambos os países. Autoridades brasileiras consideram o convite positivo, mas a possibilidade da presença de Lula na posse continua em avaliação.

A carta do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, convidando Luiz Inácio Lula da Silva para sua posse em dezembro, marca uma surpreendente reviravolta nas relações bilaterais.
Javier Milei (Foto: Reprodução/Instagram)

Presidente eleito da Argentina convida Lula para cerimônia de posse

Numa virada diplomática inesperada, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, estendeu um convite ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para participar de sua cerimônia de posse, marcada para 10 de dezembro em Buenos Aires. Esse gesto surpreendente contrasta fortemente com as críticas anteriores de Milei a Lula durante a campanha presidencial, quando o líder argentino o rotulou de “comunista e corrupto”.

Construindo pontes para o futuro

Numa carta formal entregue pela futura chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, Milei expressou sua perspectiva de um “trabalho frutífero” e a “construção de laços” entre as duas nações no futuro. O convite inusitado visa estabelecer uma relação próxima entre Argentina e Brasil, apesar das divergências passadas.

Reconhecimento dos desafios comuns

No comunicado, Milei reconheceu a relevância do momento de transição para a Argentina, destacando os desafios econômicos, sociais e culturais enfrentados por ambos os países. O presidente eleito enfatizou a importância de uma colaboração fundamentada nos princípios da liberdade, visando a competitividade e o pleno desenvolvimento das capacidades dos cidadãos, permitindo-lhes escolher o futuro desejado.

Mudança de postura e repercussões

Essa atitude de Milei surpreende, especialmente considerando suas críticas anteriores a Lula, a quem ele chegou a classificar como “comunista e corrupto”. A reviravolta na postura do presidente eleito gerou reações mistas, inclusive dentro de seu próprio país, com autoridades brasileiras ainda avaliando a possibilidade de Lula comparecer à posse de Milei.

Diana Mondino, futura chanceler argentina, desempenhou um papel crucial ao entregar a carta a Mauro Vieira, ministro brasileiro das Relações Exteriores. A repercussão positiva ou negativa dessa iniciativa permanece incerta, mas demonstra uma tentativa de Milei de estabelecer uma base diplomática sólida com seu vizinho brasileiro.

Mais sobre Javier Milei

Nos últimos anos, um economista ultraliberal, conhecido por seu discurso estridente e aparência excêntrica, gradualmente se tornou uma presença frequente nos debates televisivos argentinos. Lançando críticas variadas ao que ele percebia como a “decadência” do país nas décadas anteriores, ele decidiu ingressar na política em 2019, sendo eleito deputado por uma coalizão recém-formada chamada La Libertad Avanza.

Apesar de não ter se destacado muito nas discussões parlamentares, ele permaneceu ativo nas redes sociais e nas bancadas de TV, anunciando posteriormente sua candidatura à Casa Rosada, causando desconfiança na classe política tradicional. No último domingo, 19 de novembro, Javier Milei foi eleito como o novo chefe da Casa Rosada.

Nascido em Buenos Aires, Javier Gerardo Milei, de 53 anos, faz parte de uma família de classe média e cresceu no bairro de Villa Devoto. Apelidado de “El Loco” desde a adolescência, esse apelido peculiar persistiu durante seus anos na universidade, onde se formou em Economia em Belgrano.

Entre sua fase universitária e o início de sua carreira política, muitos anos se passaram. Durante esse período, Milei testemunhou a Argentina enfrentar a mais séria crise econômica e social de sua história no início dos anos 2000.

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