Quais os CUSTOS de FINANCIAR A CASA PRÓPRIA? Entenda
Planejando adquirir a casa própria por meio de financiamento? Descubra de uma vez por todas o montante que isso implicará para suas finanças.
Para muitos indivíduos, a única viabilidade de adquirir uma propriedade imobiliária é através do mecanismo de financiamento. A recente redução na taxa de juros Selic trouxe entusiasmo aos cidadãos brasileiros que aspiram concretizar o sonho de possuir sua residência. Contudo, é crucial compreender que essa diminuição não implica automaticamente na diminuição dos encargos inerentes ao financiamento imobiliário. Dessa forma, é importante obter uma compreensão precisa dos custos envolvidos no financiamento de um imóvel.
À medida que são antecipadas novas reduções na taxa Selic, pode emergir uma crescente demanda por financiamentos, o que pode levar a ajustes nas taxas praticadas pelos bancos atualmente.
De acordo com a opinião de especialistas entrevistados pelo UOL, a repercussão da queda na taxa Selic tende a ser mais perceptível no cenário de longo prazo.
Financiamento de imóvel
Devido à menor discrepância entre as taxas de juros pagas aos credores e as taxas aplicadas nos empréstimos, o financiamento imobiliário exibe uma maior estabilidade quando contrastado com as flutuações da Selic.
Esse cenário poderia, na visão de Henrique Leão, Economista-chefe e responsável pela Pesquisa da TG Core Asset, conduzir a uma transição gradual em direção a taxas de juros mais moderadas para os cidadãos brasileiros.
Atualmente, a taxa básica Selic está fixada em 13,25%. Antecipa-se a implementação de novos cortes, possivelmente da ordem de 0,5 ponto percentual nos meses subsequentes. A despeito da redução na Selic, os bancos ainda não efetuaram a diminuição de suas taxas de financiamento.
No momento de conceder os financiamentos, as instituições bancárias levam em consideração diversos fatores, tais como a renda familiar, o valor do imóvel, a análise de crédito e a relação estabelecida com o cliente.
Poupança que prejudicam financiamentos
Uma questão que tem sido debatida nos últimos meses é o impacto da retirada de fundos da poupança na concessão de financiamentos imobiliários.
Os recursos depositados na poupança alimentam o financiamento imobiliário através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No país, as contratações totalizaram R$ 13,2 bilhões no mês de junho, revelando uma queda de 17% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No primeiro semestre deste ano, segundo a Abecip, o crédito imobiliário utilizando recursos da poupança totalizou R$ 76,6 bilhões, apresentando uma redução de 10,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Em média, os bancos aplicam uma taxa de cerca de 11% ao ano. Segundo informações do Banco Central, em 2021, quando a taxa Selic estava em 2% ao ano, a média da taxa de juros para financiamentos imobiliários era de 6,9%. Porém, em junho de 2023, com a Selic a 13,75%, a média da taxa subiu para 11,4%. Isso evidencia que a taxa de juros nos financiamentos imobiliários flutua em resposta às variações da Selic, mas em proporções diferentes.
O problema foi destacado por Maria Rita Serrano, presidente da Caixa Econômica Federal. Ela afirmou que a diminuição dos recursos na poupança devido às altas taxas de juros está acarretando desafios para o financiamento habitacional.
Conforme suas palavras, o banco estatal perdeu cerca de R$ 50 bilhões em captação de recursos da poupança desde o ano anterior. “Apesar da pequena redução dos juros, a Selic continua alta e a poupança permanece sendo um produto pouco atrativo”, declarou ela, de acordo com informações do Valor Econômico.