Pastor abre o jogo sobre relação de igreja com a política

Pastor Jecer Goes critica a participação política da Igreja Evangélica Brasileira: um chamado à reflexão sobre o papel da instituição no cenário atual. Descubra os argumentos e a visão contundente do líder religioso que viralizou este fim de semana. 

A relação da Igreja Evangélica Brasileira com a política tem sido tema de discussão intensa, ganhando destaque recentemente devido a declarações contundentes do pastor Jecer Goes, fundador e presidente do Ministério Canaã, um dos maiores ministérios evangélicos do Brasil, composto por cerca de 78 igrejas espalhadas pelo país.

Pastor Jecer Goes critica a participação política da Igreja Evangélica Brasileira: um chamado à reflexão sobre o papel da instituição no cenário atual
Pastor Jecer Goes (Foto: Reprodução/YouTube)

A crítica do pastor Jecer Goes: “um erro grave”

No centro do debate está um vídeo viral que circulou no último fim de semana, no qual o pastor Goes expressa firmemente sua visão sobre a participação da igreja na esfera política. Ele classifica como um “grande erro” a incursão da igreja evangélica nesse âmbito, descrevendo-o como uma “desgraça” e “inferno” que divide, desvia e resulta na perda da sensibilidade espiritual e do caráter das pessoas.

O líder religioso vai além, afirmando que nenhum político conseguirá salvar a igreja, destacando a conexão direta do processo do anticristo com a política. Nesse contexto, Goes destaca a necessidade de a igreja focar na pregação do evangelho, argumentando que, nos últimos anos, a instituição se envolveu excessivamente na política, prejudicando seu propósito fundamental.

A história recente da integração igreja-política

Desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o pastor Goes observa um aumento significativo na mistura da igreja brasileira com a política. Essa integração, segundo suas palavras, marca um ponto fora da curva na história da igreja no Brasil.

Vale destacar que não é a primeira vez que o pastor Jecer Goes se manifesta contra a transformação das igrejas em “palanques” políticos. Em uma entrevista concedida ao Diário do Sertão em 2022, Goes enfatizou que o altar da igreja não deveria ser transformado em palanque político, ressaltando que a igreja não deve se tornar um comitê político.

A reflexão sobre o papel da igreja na sociedade

O pastor, ao abordar a questão, faz uma reflexão instigante sobre o papel da igreja na sociedade. Ele questiona se a participação política é uma mudança necessária ou se, antes de Bolsonaro, o voto e o pagamento de impostos não eram igualmente importantes para a igreja e seus membros.

Goes destaca a importância da igreja manter sua imparcialidade e questiona se a transformação em um ator político ativo é condizente com sua missão espiritual. Ele pondera sobre o impacto dessa participação ativa na perda de foco na pregação do evangelho e na essência espiritual da igreja.

O contexto político atual e a mistura de política e religião

Considerando o cenário político atual, caracterizado por polarizações e debates acalorados, a posição do pastor Jecer Goes ganha relevância. Sua crítica à mistura de política e religião levanta questões sobre a natureza e a eficácia dessa relação, especialmente no contexto de uma sociedade diversificada e plural.

As declarações do pastor Jecer Goes alimentam um debate crucial sobre o papel da igreja na esfera política. Sua visão incisiva e a história recente da integração igreja-política no Brasil fornecem elementos para uma reflexão profunda sobre os caminhos que a instituição religiosa deseja trilhar em meio às complexidades da sociedade contemporânea. 

Em suma, resta a igreja ponderar sobre seu papel, mantendo o equilíbrio entre seu propósito espiritual e a participação cidadã, sem comprometer sua integridade e imparcialidade.

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