POLÊMICA: Por que os entregadores de aplicativo querem GREVE?

Entregadores que trabalham por meio de aplicativos de entrega anunciaram a interrupção das suas operações. O que está acontecendo?

Neste ano, um comitê designado pelo governo federal começou a debater a regulamentação dos serviços prestados por entregadores que atuam em aplicativos. Em uma recente reunião realizada em Brasília, os entregadores expressaram sua desaprovação em relação à decisão e, como resultado, anunciaram uma greve em todo o país.

Por que os entregadores de aplicativo querem GREVE
Imagem: Reprodução

Porque a greve está acontecendo?

O uso generalizado de aplicativos para solicitar serviços de comida, transporte e entregas rápidas se tornou um hábito comum para os brasileiros, especialmente para aqueles que vivem em áreas urbanas. No entanto, esse setor enfrenta uma possível ameaça nos próximos dias, uma vez que os entregadores de aplicativos anunciaram uma greve.

Os motoristas e entregadores de aplicativos estão buscando melhorias nas condições de trabalho, incluindo um maior comprometimento por parte das plataformas em relação aos profissionais. Consciente do crescimento desse tipo de trabalho no país, o governo federal criou um grupo de trabalho para discutir a questão.

Os entregadores não ficaram satisfeitos com os resultados da última reunião do grupo de trabalho, que contou com a presença de associações representando empresas como Uber, 99, iFood, Lalamove, Amazon, entre outras. Em vez de chegar a uma solução, a discussão gerou mais discordâncias.

Os entregadores estão reivindicando um aumento no valor pago por hora enquanto estão logados nos aplicativos, argumentando que as plataformas reduziram os valores desde que esse tipo de serviço se popularizou. As empresas, por outro lado, desejam pagar um valor menor com base nas horas efetivamente trabalhadas.

O debate se concentra na remuneração por serviço, em vez de pelo tempo de espera entre chamadas. As empresas alegam que, enquanto estão disponíveis em um aplicativo, os entregadores podem estar conectados a outros aplicativos simultaneamente, o que significa que não estão necessariamente inativos quando não têm uma entrega registrada na plataforma.

As empresas propõem pagar R$ 12 por hora, enquanto os entregadores de aplicativos estão pedindo R$ 35, sendo este o principal ponto de desacordo na última reunião e motivo de insatisfação por parte dos profissionais.

Greve nacional

Os entregadores de aplicativos estão se preparando para uma greve nacional agendada para sexta-feira, 29 de setembro, com o objetivo de pressionar as empresas a reconhecer a importância dos colaboradores. Luiz Carlos, presidente do sindicato dos motoboys no Distrito Federal, destacou a necessidade de sensibilizar as plataformas para as demandas dos trabalhadores.

Os sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal confirmaram a paralisação para o dia 29, embora não haja um consenso nacional sobre a greve. No entanto, a interrupção do serviço nessas grandes metrópoles terá um impacto direto nas operações das plataformas de entrega de aplicativos.

Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, a paralisação está afetando os serviços de entregadores e motoristas de aplicativo. Embora nem todos os profissionais tenham aderido à greve na capital paulista, os passageiros estão enfrentando cancelamentos de corridas, maior tempo de espera e aumentos de até 50% nos preços.

Os profissionais que participam do “day-off” esperam que as empresas de aplicativos atendam às suas demandas, como o aumento da remuneração e melhores condições de trabalho. Para aqueles que têm acesso ao transporte público, a paralisação pode não causar grandes inconvenientes, mas em locais como aeroportos, a situação está complicada.

No Rio de Janeiro, motoristas se reuniram em frente ao aeroporto Santos Dumont e depois seguiram em carreata até o prédio da Uber, no centro da cidade, para protestar. De acordo com dados da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), o Brasil conta com 1,66 milhão de pessoas trabalhando como motoristas de aplicativo.

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