ASSIM VIVE O MAGUILA HOJE EM DIA
Quem não se lembra do pugilista Adilson “Maguila” Rodrigues? Ele foi um boxeador de muito sucesso, levando a nocaute diversos lutadores que apareciam à sua frente nos ringues.
Atualmente com 63 anos, Maguila busca alternativas na medicina canábica para conter uma doença cerebral. Trata-se de um composto derivado da cannabis, para frear a “encefalopatia traumática crônica” ou “demência pugilística”. A doença degenerativa acomete geralmente boxeadores, devido aos golpes que recebe na região craniana. Pensava-se que fosse mal de Alzheimer, conforme diagnóstico de 2010.
O tratamento consiste de pequenas doses diárias da substância que tem o poder de acalmar o lutador, que sofre com crises agressivas. A doença não tem cura e Maguila tem lapsos de esquecimento, se cansa facilmente e fica constantemente abatido e sonolento. O ex-lutador recebe acompanhamento médico especializado. “O Maguila começou a ter essas alterações com menos de 50 anos. É muito mais um distúrbio comportamental do que de memória, cognitivo”, dizem os médicos.
Maguila vive no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu/SP. Sua rotina diária consiste de atividades físicas, além de assistir a vídeos de suas lutas e contar histórias de sua carreira.
José Adilson Rodrigues dos Santos completou 63 anos no dia 12 de junho de 2021. Ele nasceu em Aracaju, capital de Sergipe, em 1958. É casado com Irani Pinheiro, com quem teve o filho Júnior, que é artista plástico. Tem outros dois filhos do primeiro casamento com Fátima Lima: Edmilson e Adenílson.
Várias vezes campeão brasileiro e sul-americano de boxe na categoria peso-pesado, campeão das Américas (pelo Conselho Mundial de Boxe) e mundial (pela Federação Mundial de Boxe Profissional) também na categoria de peso-pesado. Recebeu a alcunha “Maguila” por semelhança ao porte físico do personagem Magilla Gorilla, da Hanna-Barbera.
O jovem Maguila fez parte da corrente migratória de vários nordestinos que se deslocavam para a região Sudeste, especialmente para a metrópole São Paulo na busca de melhores condições de vida. Começou a trabalhar na construção civil e treinava boxe no tempo livre, por vezes até de maneira improvisada, usando pneus como alvos para praticar seus golpes.
O talento do pugilista chamou a atenção de um empresário e do narrador Luciano do Valle, da TV Bandeirantes. Ganhou visibilidade com as transmissões televisivas.
Encerrou a carreira profissional em 29 de fevereiro de 2000, após a sua derrota por nocaute para Daniel Frank. Entre as vitórias mais expressivas, venceu James Smith, James Stillis, Alfredo Evangelista e o argentino Daniel Falconi. Entre as suas derrotas mais importantes destacam-se a derrota para o lendário George Foreman em 1990 e, um ano antes, para o então aspirante ao título Evander Holyfield.
Na TV, Maguila chegou a ser o comentarista irônico de economia do programa Aqui Agora. Em 2009, Maguila iniciou a sua carreira de cantor lançando um álbum com sambas, intitulado “Vida de Campeão”. Ele também criou uma ONG chamada de Amanhã Melhor para ensinar boxe a crianças e jovens carentes. Em 2010, foi candidato a deputado federal tendo sido apenas o 372° colocado com 2 951 votos. Em 1997, o escritor Carlos Alencar lançou o livro Maguila: A Saga de um Cabra-macho Campeão.