Redes sociais podem ser reguladas pela Unesco
UNESCO apresenta plano global para conter desinformação e ódio nas redes sociais
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, alertou nesta segunda-feira para os perigos crescentes representados pela desinformação e pelo discurso de ódio nas plataformas de redes sociais. Em um cenário onde a disseminação de informações falsas acelera, Azoulay destaca que a coesão social, paz e estabilidade estão em risco.
Em resposta a esse desafio global, a UNESCO propõe um plano de ação abrangente, resultado de mais de 10 mil contribuições de 134 países ao longo dos últimos 18 meses.
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UNESCO define diretrizes para um ambiente online mais seguro; redes sociais são pauta
O plano de ação da UNESCO delineia sete princípios fundamentais para orientar a regulamentação das redes sociais. Destes, destaca-se a necessidade de um processo de tomada de decisão inclusivo, considerando o impacto nos direitos humanos em todas as fases.
Além disso, a proposta defende a criação de reguladores públicos e independentes em escala global, visando evitar disparidades entre as regulamentações nacionais.
Outro ponto central é a ampliação da moderação de conteúdo, tornando-a viável e eficaz em grande escala, cobrindo todas as regiões e idiomas. A transparência dos algoritmos das plataformas também está entre as diretrizes, buscando evitar o favorecimento do engajamento em detrimento da confiabilidade das informações.
A UNESCO enfatiza que, para proteger o acesso à informação, é imperativo regular essas plataformas sem demora, encontrando um equilíbrio entre a proteção da liberdade de expressão e dos direitos humanos.
Desafios eleitorais e urgência na ação: resultados de pesquisa reforçam a necessidade de regulamentação
O plano de ação da UNESCO não surge no vazio; é respaldado por uma pesquisa de opinião global envolvendo mais de 8 mil entrevistados em 16 países, onde eleições estão programadas para 2024. Os resultados são contundentes: 85% dos cidadãos expressam preocupação com o impacto da desinformação online, enquanto 87% acreditam que essa problemática já influenciou significativamente a vida política de seus países.
A pesquisa revela uma inquietação especialmente acentuada em relação aos processos eleitorais, com 88% dos entrevistados pedindo ação imediata por parte dos governos e reguladores para resolver o problema. As propostas da UNESCO relacionadas à integridade eleitoral, como avaliações de risco, sinalização clara de conteúdos e transparência na publicidade política, encontram eco nesse clamor público.
UNESCO na vanguarda do enfrentamento online
Ao apresentar um plano de ação que equilibra a necessidade de regulação com a proteção dos valores fundamentais, a UNESCO emerge como uma força na vanguarda do enfrentamento aos desafios online.
A urgência na implementação dessas medidas é sublinhada pelos resultados da pesquisa, destacando a demanda global por um ambiente online mais seguro, informado e alinhado com os princípios democráticos e de respeito aos direitos humanos.