Esta PROFISSÃO tem VAGAS SOBRANDO mas não consegue preencher todas as VAGAS
Vagas nesta área “sobram”, mas exigências das empresas desafiam candidatos. Veja perfil de colaboradores mais desejado.
O perfil exigido para as oportunidades mostra que uma carreira, que já foi considerada tradicional, não é mais o mesmo.
Uma grande empresa deste setor está em amplo processo de expansão, prevendo a contratação de mais de 800 profissionais. No entanto, o perfil solicitado para as vagas é muito específico e a empresa está encontrando dificuldade para preencher as posições.
Será que essa é a sua área de atuação? Continue lendo e veja detalhes sobre vagas e contratação neste setor.
Perfil para vagas em setor tradicional mudou bastante
A dificuldade para preencher estas vagas está no perfil específico. A empresa está buscando especialistas em assessorar o planejamento de patrimônio e em fazer gestão de alta renda. Esse é apenas um exemplo que confirma que a “carreira de bancário” passou por transformações significativas.
Estas mudanças vêm sendo impulsionadas por novas estratégias adotadas pelos diversos tipos de bancos, o que tem revitalizado o sonho de trabalhar nesses lugares, de acordo com especialistas. No entanto, também tornou a conquista desse sonho cada vez mais competitiva.
É uma compreensão compartilhada entre as instituições financeiras que simplesmente ir à agência bancária, quando necessário, ou abrir o aplicativo não representa mais a totalidade do que os clientes buscam em sua relação com o banco. Embora isso não seja uma novidade, tornou-se mais evidente com o aumento da concorrência nos últimos dez anos, incluindo a entrada das fintechs no mercado, a expansão das cooperativas e, mais recentemente, a chegada do open finance.
“Produtos, tecnologia e custos operacionais são facilmente comparáveis no mercado financeiro. O que realmente faz a diferença é a habilidade dos bancários em serem criativos, ágeis, empáticos e orientados para resolver problemas, tornando os sonhos e desejos dos clientes realidade”, afirma Sidney Vilhena, diretor de Recursos Humanos da Genial Investimentos.
Perfil: é preciso estar preparado para as vagas
Outro ponto de concordância é a importância da certificação para atuar na área, embora ela, por si só, apenas habilite o profissional a ingressar no setor. Quem optar por entrar ou mudar para o setor de alta renda precisa se preparar em termos de atitude e desenvolvimento de competências. É fundamental ter um interesse genuíno no cliente e entender profundamente o que é relevante para ele”, destaca Gustavo Lendimuth, superintendente de expansão no Santander. “Hoje, os clientes têm acesso a informações que não estavam disponíveis há uma década, especialmente no que diz respeito a investimentos e alta renda. Portanto, é necessário estar preparado para lidar com um nível mais elevado de exigência na construção da confiança entre o cliente e o profissional”, acrescenta.
Enquanto os bancos reforçam que estas questões são abordadas regularmente em treinamentos e no dia a dia, nem todos os profissionais parecem ter despertado para o atual nível de exigência, de acordo com especialistas envolvidos na formação e preparação de indivíduos para o mercado financeiro. “O papel do bancário operacional está diminuindo. Cada vez mais funções estão sendo automatizadas em busca de eficiência e redução de custos. O que o mercado demanda agora é um perfil intelectual capaz de resolver problemas, com uma nova mentalidade voltada para assumir o controle da própria carreira. Mesmo com o fechamento de agências, o mercado está se expandindo onde faz sentido”, afirma Ronaldo Cerqueira, sócio e diretor da Eu me banco Educação, uma escola de formação de profissionais para bancos, corretoras e cooperativas.
O bancário tradicional ficou no passado
O interesse dos empregadores está cada vez menos voltado para os bancários tradicionais e mais direcionado para assessores e banqueiros (os bankers), como são conhecidos os novos contratados. Isso tem impulsionado áreas como análise de investimentos e private equity. Na Genial Investimentos, por exemplo, a expectativa é aumentar a equipe de especialistas em cerca de 7% nos próximos meses.
Outra área que possui “vagas em abundância” é o setor agrícola. As oportunidades se dividem entre um perfil mais técnico, que lida com vendas de máquinas e insumos agrícolas, e o perfil consultivo. No caso do Sicoob, há cerca de 1.000 posições abertas para cargos mais especializados, como analistas, consultores e gerentes de relacionamento. Além disso, há 150 vagas para coordenadores e gerentes de áreas, bem como cerca de 20 posições executivas de superintendente ou diretor.
Para a executiva da Sicoob, o principal desafio tem sido encontrar profissionais capacitados tecnicamente, em termos de formação e também de habilidades comportamentais. Não é apenas a exigência em relação aos profissionais que mudou, mas também a trajetória daqueles que trabalham na área.
Antes, muitos planejavam ingressar, permanecer e se aposentar na mesma instituição, mas com o crescimento do mercado, houve um aumento significativo na busca por vagas nas plataformas de investimentos. No entanto, nos últimos tempos, a tendência de saída dos grandes bancos perdeu força, como já relatado anteriormente. Para quem observa o mercado de dentro, é um período de aprendizado para todos.
Quem ainda quer ser bancário? Entenda
Vale ressaltar que o cenário de juros elevados também complicou a vida de assessores de investimentos e plataformas em 2022 e grande parte de 2023. Com a Selic mantida em 13,75% por um período prolongado, muitos investidores optaram por manter seu dinheiro em ativos de renda fixa, que são amplamente oferecidos pelos grandes bancos tradicionais, dificultando a captação de clientes para muitos profissionais.
Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas trabalhem na indústria financeira como um todo. E o segmento de atendimento ao público, conhecido como “varejão”, continua sendo a porta de entrada para muitos funcionários. No Sicoob, por exemplo, existem atualmente 1.000 oportunidades abertas para cargos que envolvem interação direta com o público e funções de suporte no back office, relacionadas a atividades administrativas.
“Contratamos muitos profissionais no início de suas carreiras para cargos de base. A maioria deles é treinada internamente para ter a sensibilidade necessária para um atendimento diferenciado, pois no sistema cooperativista, o cliente é também cooperado e, portanto, é dono”, explica Chaves.
“Quando expandimos nossos pontos de atendimento, muitas vezes estamos falando de pequenas cidades onde não há agências físicas de instituições bancárias tradicionais. Os profissionais precisam ser capazes de entender as necessidades do cooperado e apresentar propostas adequadas”, complementa a gerente.
No entanto, o segmento de atendimento ao público é conhecido por oferecer um pacote de benefícios atrativo, embora cada vez mais vinculado aos resultados. “Os bancários têm um pacote de benefícios muito bom em comparação com outros profissionais do mercado financeiro. No entanto, os benefícios têm perdido relevância em comparação com a oportunidade de avançar na carreira. Isso é evidenciado pelo fato de que muitas pessoas entram em bancos públicos em busca de estabilidade e, em seguida, migram para o setor privado para alcançar posições mais altas”, afirma Cerqueira, diretor da escola Eu me Banco. Por outro lado, o segmento também é considerado um dos mais desafiadores, uma vez que lida com um público diversificado e é conhecido pela pressão para atingir metas de vendas.