Redes sociais podem fazer você viver menos; veja por que

Desvendando os mistérios da percepção temporal e seu impacto na era digital

O tempo, esse ativo inestimável e irrecuperável, é um fenômeno que nos envolve a todos de maneira uniforme. Não importa quem somos ou de onde viemos, todos compartilhamos as mesmas 24 horas diárias e os mesmos sete dias semanais.

No entanto, mesmo com essa uniformidade temporal, há um fator intrigante que molda nossa experiência: a percepção temporal. Um estudo recente liderado pelo renomado Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, lança luz sobre esse fenômeno fascinante, explorando como nossa mente interpreta a passagem do tempo.

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Redes sociais podem ser prejudiciais – Foto: Erik Lucatero via unsplash.com

A dança da percepção temporal: atenção e fluxo

Você já se perguntou por que um minuto pode parecer uma eternidade ao aguardar em uma fila monótona, enquanto o mesmo minuto voa quando mergulhamos em um filme de ação? A resposta está na percepção temporal, a forma como nosso cérebro interpreta o fluir do tempo.

O estudo de Dr. Fabiano revela que a percepção subjetiva do tempo está intrinsecamente ligada ao nível de atenção que dedicamos a uma atividade. A atenção seletiva a experiências prazerosas pode criar a sensação de que o tempo passou rapidamente, um fenômeno conhecido como teoria do Flow.

Em contrapartida, a atenção a situações entediantes pode dar a ilusão de que o tempo arrasta seus passos. O estudo destaca:

Por meio de estudos acerca de doenças neurológicas, como o Parkinson, que afeta a noção de tempo, regiões como o cerebelo, gânglios da base e córtex pré-frontal são apontados como responsáveis por computar a percepção do tempo.

Essa descoberta lança luz sobre como condições neurológicas podem impactar nossa percepção do tempo, revelando os intricados mecanismos cerebrais por trás desse fenômeno.

Redes sociais e a corrida contra o tempo

No cenário contemporâneo, a revolução digital trouxe consigo não apenas avanços tecnológicos, mas também mudanças significativas na forma como percebemos o tempo. O Dr. Fabiano alerta que o uso excessivo de redes sociais pode distorcer os mecanismos biológicos da percepção temporal, resultando em uma sensação de que “vivemos menos“. O pesquisador adverte:

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos proporcionarem mais anos de vida para a população em geral, nossa percepção de tempo está cada vez mais curta, o que faz com que, no fim das contas, estejamos vivendo menos.

O impacto biológico do uso desenfreado dessas plataformas é evidente, alterando a homeostase e neurotransmissores, modificando a anatomia cerebral.

Para combater essa aceleração temporal, o Dr. Fabiano sugere medidas simples, como controlar o uso de redes sociais, engajar-se em atividades dinâmicas sem o auxílio de aparelhos eletrônicos e reservar momentos para contemplação da natureza e meditação.

Ao adotar essas práticas, podemos não apenas recuperar a sensação de viver plenamente, mas também compreender melhor o intricado jogo entre nossa mente e o inexorável passar do tempo.

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