Você sabe porque o CRÉDITO ROTATIVO do seu CARTÃO é TÃO CARO?

Você sabe o motivo do alto custo do crédito rotativo no seu cartão de crédito? Entenda como o rotativo funciona e porque é tão caro

A alta taxa de juros aplicada ao rotativo do cartão de crédito é um tópico que frequentemente suscita perguntas e preocupações entre os consumidores.

Para entender as razões por trás dos encargos consideráveis associados a essa modalidade, é necessário explorar diversos elementos que contribuem para essa dinâmica.

Continue lendo e entenda o motivo do crédito rotativo do seu cartão ser tão caro.

rotativo cartão de crédito
Créditos: Reprodução/Envato

Crédito rotativo do cartão de crédito: juros altos

Um fator primordial na elevação das taxas de juros do rotativo é a incidência considerável de inadimplência. Em reportagem para o Portal Consulta Pública, o planejador financeiro José Faria Júnior, revela que a falta de pagamento e os atrasos na quitação da fatura são fatores que fundamentam os juros elevados nesse tipo de crédito. De acordo com dados do Banco Central, a taxa de inadimplência no segmento de rotativo atingiu alarmantes 49,1% durante o mês de junho.

Outro elemento que influi no alto custo do crédito rotativo é o prazo estendido para pagamentos. Conforme argumentam as instituições bancárias, o período de financiamento tem um impacto direto nos custos de capital e nos riscos de crédito associados a essa modalidade.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destaca que a inadimplência em compras parceladas, a longo prazo, é mais alta em comparação com as transações à vista, especialmente entre os consumidores de menor renda.

A própria Febraban observa que existe uma distorção no mercado brasileiro, onde uma parcela considerável das operações de crédito é feita por meio de parcelamentos isentos de juros.

Crédito rotativo: o que é?

O sistema do rotativo é empregado como uma forma de mitigar o risco da extensão de crédito. Cerca de 75% das transações realizadas pelos bancos emissores de cartão acontecem através de parcelamentos sem acréscimo de juros. Nesse cenário, o banco assegura o reembolso integral ao vendedor, porém não recebe juros que compensem esse risco.

Essa peculiaridade do mercado brasileiro motiva os bancos a aplicarem taxas mais altas no rotativo, a fim de contrabalançar a ausência de juros em outras modalidades de crédito.

O próprio funcionamento do rotativo também influencia a aplicação de uma taxa de juros elevada. Esse mecanismo é ativado quando o cliente não liquida o valor total da fatura até a data de vencimento, resultando na incidência de juros sobre o montante pendente. Atualmente, essa taxa de juros chega a aproximadamente 15% ao mês.

Como funciona, na prática

O crédito rotativo pode ser utilizado apenas por um período de 30 dias. Após esse período o banco é obrigado a transferir a dívida para uma linha de crédito com condições mais favoráveis e taxas de juros mais baixas.

Essa alteração legislativa foi implementada em 2017 com o intuito de proteger os consumidores de um ciclo de endividamento crescente.

Na prática, o custo associado ao rotativo do cartão de crédito pode ter um impacto significativo. Considerando uma dívida inicial de R$ 5.000 como exemplo, estudos conduzidos pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) indicam que esse valor pode praticamente dobrar em apenas um ano, chegando a R$ 9.621,60. Essas simulações se baseiam em taxas de juros de 14,83% ao mês no rotativo e 9% ao mês no parcelamento.

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