‘Teve muito choro’: SERTANEJOS ficam EMOCIONADOS com ESTREIA e você pode SABER DE TUDO AGORA

Sertanejos famosos estão emocionados com uma estreia na TV. De origem humilde, não foi sem sacrifício que esses astros da música chegaram onde estão hoje.

Donos de inúmeros sucessos, considerados verdadeiros clássicos nos dias de hoje, eles passaram por muitas dificuldades para se tornarem referência na música sertaneja.

Emocionados, eles revelaram sobre como é ver as próprias vidas retratada nas telinhas, a sensação de perceber o ponto de virada da carreira e o momento em que eles tiveram certeza de que teriam sucesso na vida.

Continue lendo e saiba tudo sobre essa estreia que deixou astros sertanejos tão emocionados.

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Os atores Rodrigo e Felipe Simas interpretam os irmãos sertanejos em “As aventuras de José & Durval”/ Créditos: Reprodução/Divulgação

Sertanejos falam sobre emoção da estreia

Após um longo período de espera, a história completa de Chitãozinho e Xororó finalmente chegou à televisão, com todos os seus detalhes. Na próxima sexta-feira (18), serão lançados os três primeiros episódios de “As Aventuras de José & Durval”, uma nova produção do Globoplay composta por um total de oito episódios.

As histórias dos irmãos José Lima Sobrinho, de 69 anos, e Durval de Lima, de 65 anos, também conhecidos como Chitãozinho e Xororó, são fundamentais para entender a evolução do sertanejo e da música popular no Brasil.

Batizados como Chitãozinho e Xororó, há 52 anos, eles desempenharam um papel pioneiro na formação do gênero sertanejo, incorporando influências do caipira, da Jovem Guarda, de Nashville, dos Beatles e de Nelson Gonçalves. Tudo isso enquanto o Brasil passava por uma rápida urbanização. Xororó compartilhou em uma entrevista para o jornal O Globo, via videochamada de Campinas, onde estavam gravando sua primeira música inédita em dois anos, “Chuva”, um tributo aos agricultores.

Série mais lúdica

A série narra a trajetória desde a infância de José e Durval até a explosão comercial dos anos 1990, explorando desafios como a falta de recursos, problemas familiares, e o enfrentamento consciente do gosto musical predominante na época.

A narrativa, dirigida por Hugo Prata, apresenta um tom mais lúdico, quando comparada a “Dois Filhos de Francisco”, filme que conta a história dos sertanejos Zezé di Camargo e Luciano.

Na série, que estreia nessa sexta-feira (18), os sertanejos não abordam questões políticas, tópico polêmico no cenário sertanejo. O programa conta ainda com a participação de Sandy e Júnior.

Sertanejos revelam detalhes

A seguir, destacamos partes da entrevista concedida pelos próprios Chitãozinho e Xororó ao GLOBO:

  • Vocês já assistiram à série?

Chitãozinho: Sim, assistimos tudo em sequência. Foi muito emocionante, mexeu muito com nossos sentimentos.

  • Quais momentos foram mais tocantes para vocês?

Chitãozinho: Ver nossa história sendo retratada possui duas dimensões emocionantes: a dramatização e a viagem no tempo, a memória.

Xororó: Assistir à série me permitiu compreender melhor certos episódios da nossa infância… Pude me ver com mais clareza.

  • Qual aspecto da convivência da infância vocês mais sentem saudade?

Xororó: A convivência familiar, na infância, é algo que sinto muita falta. Não tínhamos a menor ideia de que poderíamos nos tornar artistas e que nossa vida seria transformada pelo poder da música.

  • Na série, seu pai enfatiza a importância de permanecerem juntos, independente das circunstâncias. Alguma vez vocês consideraram se separar?

Xororó: Somente na ficção, houve uma licença poética nesse aspecto. Na realidade, nunca passou pela nossa mente…

Chitãozinho: …seguir caminhos diferentes. Nossa música é sobre a dupla, os fãs, e somos fiéis a essa ideia.

  • Ao longo dos anos, seus gostos musicais permaneceram em sintonia?

Chitãozinho: Tenho mais inclinação pela música caipira e pelos artistas sertanejos contemporâneos, para me manter atualizado, sabe? Xororó é mais voltado para a MPB e a música internacional. Ele tem um gosto musical mais refinado que o meu. Sou o lado mais popular da dupla (risos).

Xororó: O Chitão não deixa a raiz se perder, enquanto eu trago influências mais pop para a música. Desde o início, nosso desejo era fazer música sertaneja não apenas para os que já a apreciavam, mas também para os jovens e estudantes. Foi essa mistura que funcionou tão bem para nós.

Chitãozinho: Nosso pai era o músico da família, cantava, compunha e tocava violão. Quando ele percebeu que cantávamos, como na cena com “Galopeira”, ele encerrou sua própria carreira artística. Ele se dedicou a nós e à nossa música até o fim.

Xororó: Ele viu em nós a oportunidade de realizar o sonho que, ele mesmo, não conseguiu de se tornar um artista profissional.

  • “Galopeira” foi a primeira música que cantaram juntos?

Chitãozinho: Foi a primeira que gravamos para o nosso álbum de estreia.

Xororó: Embora não possamos nos lembrar da primeira canção exata, “Tocando a boiada”, também presente nesse álbum, certamente foi uma das primeiras. E foi composta pelo nosso pai.

Chitãozinho: Começamos a cantar com as músicas que ele escrevia em seu caderninho, exatamente como retratado na série.

Xororó: Eram músicas que nossa mãe cantava com o irmão mais novo dela, o Tio Tiãozinho. Com exceção de “Tocando a boiada”, que está no álbum, essas canções permanecem eternamente na nossa memória.

  • Como se sentem ao testemunhar a magnitude do sertanejo nos dias de hoje?

Chitãozinho: Sinto muito orgulho. Incrível como tudo deu certo. Começamos um trabalho e uma porta imensa se abriu. Nós ouvíamos Beatles, Roberto Carlos, Bee Gees e sonhávamos em cantar sertanejo com arranjos semelhantes aos de grandes bandas de rock. No entanto, as gravadoras diziam que isso era caro demais. O sertanejo, a viola, era uma opção muito mais econômica.

Xororó: Somente no nosso sexto álbum, em 1978, conseguimos gravar do jeito que queríamos. Venderam-se 200 mil cópias, nosso primeiro disco de ouro. A partir daí, as vendas dobravam em relação ao álbum anterior

  • Outras cenas impactantes incluem aquelas relacionadas à doença de sua mãe, um assunto que até então não havia sido abordado publicamente. Qual foi a motivação por trás dessa decisão de compartilhar essa experiência agora?

Xororó: Optamos por abordá-la porque é uma parte significativa de nossa jornada. Em certos momentos, éramos consumidos pela tristeza, sabendo que ao retornar para casa, encontraríamos uma realidade alterada. Após as apresentações noturnas, chegávamos em casa e ela já estava acordada, sem conseguir voltar a dormir. Passávamos horas conversando com ela, mas suas palavras não faziam sentido. Foi um período extremamente difícil.

Chitãozinho: E a forma como a Andréia (Horta) retratou isso foi emocionante! Ela conseguiu transmitir muito mais do que eu havia imaginado. Assistir à representação na tela me impactou mais intensamente do que a própria vivência naquele momento.

Xororó: Sem dúvida. Vivenciar aquela situação foi, claro, bastante angustiante. Contudo, revisitar essas memórias traz outro tipo de peso. Relembrar o sofrimento que ela passou e refletir sobre os acontecimentos em nossa casa é algo que não posso ignorar. Uma lembrança triste que nunca me abandona é o dia em que eu e nosso pai a levamos para ser hospitalizada. Ela reagiu com agressividade ao descobrir e nos ameaçou com um guarda-chuva. Na época, eu não entendia o motivo daquela reação tão intensa. Quando compartilhamos nossa história com a equipe do Hugo (Prata) no início deste projeto e essa lembrança voltou à tona, percebi algo crucial: ela sabia que seria submetida a eletrochoques. Se isso fosse agora, a abordagem seria diferente.

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