O PARCELAMENTO sem juros no CARTÃO DE CRÉDITO vai ACABAR ou NÃO? Saiba mais

Será que você não vai mais poder parcelar suas compras sem juros no cartão de crédito? E o rotativo, também vai acabar? Veja respostas

Desde a semana passada, o assunto cartão de crédito passou a ser assunto em rodas de conversa e nas redes sociais.

Toda a polêmica teve início quando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu declarações sobre o parcelamento sem juros no cartão de crédito e também sobre o crédito rotativo.

E após tanta confusão, afinal, você sabe o que ficou decidido? Leia, a seguir, e tire todas as suas dúvidas.

cartão de crédito: parcelamento vai acabar?
Cartão de crédito: parcelamento vai acabar? Créditos: Reprodução/Envato

Cartão de crédito: Febraban x Abranet

A polêmica envolvendo os encargos excessivos do cartão de crédito tem sido objeto de um embate entre duas instituições renomadas: a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Internet (Abranet). Esse confronto de opiniões surgiu em virtude das preocupações levantadas pelo governo e pelo Banco Central, a respeito das altas taxas de juros relacionadas a esse meio de pagamento.

Na última semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, propôs a eliminação do parcelamento no cartão de crédito como uma das razões para justificar a elevada taxa do crédito rotativo, que chega a 437,3% ao ano no Brasil, algo inédito em comparação com outras nações.

Enquanto a Febraban sustenta que a prática do parcelamento “sem encargos” é uma “distorção do mercado brasileiro” e um dos principais motivos para os elevados juros nos cartões, a Abranet defende essa modalidade de operação e argumenta que o parcelamento contribui com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Febraban defende o parcelamento

Nesse contexto, Roberto Campos Neto agendou uma reunião a portas fechadas para hoje com representantes do setor financeiro e operadoras de maquininhas para discutir essa questão.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, assegura que os bancos não têm a intenção de abolir o parcelamento no cartão de crédito. Ele declara que a instituição está envolvida em grupos multidisciplinares, examinando as causas das taxas de juros praticadas e buscando alternativas tanto para reestruturar a modalidade rotativa como para aprimorar o mecanismo de parcelamento de compras. Segundo ele, nenhuma das abordagens sob análise sugere a eliminação do produto ou uma ruptura de como ele é financiado.

Defendendo a preservação do cartão de crédito como um instrumento relevante para o consumo e o bem-estar financeiro das famílias, a Febraban argumenta que é necessário reequilibrar o custo e o risco de crédito. A entidade ressalta, ainda, uma distorção única que acontece no Brasil, onde 75% das carteiras de emissores e metade das compras são realizadas por meio de parcelamento sem encargos.

Isaac Sidney também destaca que estudos da Febraban indicam que o prazo de financiamento influencia diretamente o custo de capital e o risco de crédito. A inadimplência em compras parceladas de longo prazo é consideravelmente mais alta em comparação com as transações à vista, especialmente entre o público de baixa renda.

Abranet repudia nova taxação nas operações

Por sua vez, a Abranet expressa sua oposição à proposta dos grandes bancos de encarecer e limitar as compras parceladas no cartão de crédito. A associação afirma que essa abordagem prejudicará os consumidores, os lojistas e a economia do país. Alega que, no passado, já houve tentativas por parte dos grandes bancos de abolir as compras parceladas, também conhecidas como Parcelado sem Encargos (PSE). Entretanto, essas tentativas foram abandonadas devido à reação negativa dos comerciantes e consumidores. A atual estratégia, segundo a Abranet, é aumentar os custos e restringir o PSE, cobrando taxas mais altas à medida que o pagamento é mais parcelado e diminuindo o número de parcelas disponíveis para os consumidores. Isso, em sua essência, culminaria na redução gradual e no eventual fim do PSE.

A associação enfatiza seu apoio à livre concorrência e repudia quaisquer tentativas de extinguir, taxar ou modificar os métodos de pagamento. A Abranet diz que está preocupada com a iniciativa dos bancos de estabelecer regras para encarecer e dificultar o parcelamento sem encargos no cartão de crédito. Ressalta que milhões de brasileiros que realizam compras parceladas seriam prejudicados e que muitos lojistas dependem dessa modalidade para sustentar seus negócios.

A instituição alega que metade de todas as vendas em cartão de crédito no ano anterior foram feitas por meio do parcelamento sem encargos, o que equivale a cerca de 10% do PIB brasileiro. A presidente da Abranet, Carol Conway, afirma que essa modalidade de pagamento é crucial para a estabilidade financeira dos cidadãos em suas compras diárias, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento econômico sustentável.

A associação respalda seus argumentos com dados de uma pesquisa do Datafolha que demonstra que 75% da população utilizou o crédito parcelado sem encargos em 2022. Ela enfatiza que impor limites ao número de parcelas ou criar taxas para desencorajar o parcelamento teria um impacto direto na população, comércio e serviços de renda mais baixa. De acordo com um estudo da LCA Consultores, o varejo poderia perder cerca de R$ 190 bilhões em vendas sem o crédito parcelado. A Abranet conclui que o objetivo dos grandes bancos é substituir gradualmente o parcelamento sem encargos pelo parcelamento com encargos.

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