CASO VAI QUE COLA: Globo começa a COLHER DEPOIMENTOS

Vai que Cola: Globo investiga suspeita de assédio e até de agressões físicas. Problemas entre roteiristas e autores não são novidade no humorístico

Na última sexta-feira, dia 25, a área de Compliance da Globo iniciou o processo de contato com diversos profissionais envolvidos na produção do programa humorístico “Vai que Cola”.

A confusão nos bastidores do programa já teve diversos capítulos, que se estenderam até para os perfis nas redes sociais dos protagonistas do humorístico e envolveu até um dos roteiristas, demitidos pela emissora.

A seguir, leia para entender os detalhes da polêmica no Vai que Cola.

Vai que Cola
Créditos: Divulgação/TV Globo

Vai que Cola: Globo investiga assédio

O objetivo do contato com os profissionais envolvidos com o humorístico Vai que Cola tem como propósito investigar alegações de abusos e assédios ocorridos nos bastidores das gravações, em particular durante a produção da 11ª temporada, que, atualmente, está sendo filmada nas instalações da produtora Fábrica.

O ex-roteirista do Vai que Cola, André Gabeh, foi o primeiro a ser abordado nesse contexto, durante a semana passada. Gabeh, que foi desligado do projeto, afirma que sua saída ocorreu em resposta à pressão e ao pedido de parte do elenco, que demonstrava insatisfação com seus textos, além do fato de ele ser um ex-participante do programa Big Brother Brasil.

Os relatos iniciais, obtidos pela equipe de Compliance, sugerem que havia problemas na dinâmica de trabalho entre os atores e roteiristas do Vai que Cola, desde o ano de 2017. Essas informações corroboram o que foi anteriormente compartilhado por Daniel Porto, um ex-roteirista do programa, em sua página no LinkedIn.

Porto expressou: “Permaneci lá por quatro anos e o preço que paguei foi alto: um esgotamento profundo que culminou em uma internação psiquiátrica, além de depressão e crises de ansiedade, como consequência do assédio moral praticado cotidianamente pelos atores e pela equipe de criação em relação aos roteiristas.”

Ao longo das próximas semanas, os atuais protagonistas do programa, como Catarina Abdalla, Cacau Protásio, Samantha Schmütz e Marcus Majella, entre outros, serão convocados para prestar esclarecimentos.

Humorístico tem carta aberta divulgada por roteiristas

Além de examinar detalhes mencionados na carta aberta divulgada pelos roteiristas do Vai que Cola, na semana anterior, a Globo também está conduzindo uma investigação sobre uma denúncia de agressão física, feita por um assistente de produção contra um dos intérpretes do programa. O assistente já apresentou sua versão da história à empresa, mas o acusado ainda não foi ouvido.

A Globo reforçou seu compromisso em apurar rigorosamente todas as alegações de assédio, declarando: “Qualquer relato de assédio na Globo é investigado minuciosamente assim que tomamos conhecimento. A empresa reafirma sua intolerância a comportamentos abusivos em suas equipes e mantém um canal de denúncias para casos de violação das regras do Código de Ética do Grupo Globo, que deve ser respeitado por todos os seus colaboradores. Sempre que a empresa toma conhecimento de qualquer relato, uma investigação criteriosa é conduzida e medidas apropriadas são tomadas.”

Cacau Protásio se manifestou nas redes sociais

Após o posicionamento público de Cacau Protásio, uma das protagonistas do humorístico Vai que Cola, o roteirista André Gabeh recorreu às redes sociais para abordar a situação. Gabeh expressou sua decepção com as declarações de Protásio e expressou sua expectativa de receber apoio e solidariedade por parte da atriz. Além disso, o roteirista refutou as alegações de Protásio, revelando que havia, de fato, desentendimentos durante as duas temporadas em que ele contribuiu com os roteiros do programa.

Devido aos crescentes problemas e queixas dos atores, os roteiros passaram a ser entregues ao elenco sem a identificação do autor. No entanto, mesmo assim, os atores conseguiam identificar quando os textos eram de autoria de Gabeh.

Consequentemente, houve um efeito em cascata, com diversos artistas passando a criticar o trabalho de Gabeh, apontando defeitos de forma contraditória. Por exemplo, eles solicitavam mais piadas, mas frequentemente cortavam a maioria das falas, ou pediam para remover referências ao subúrbio para evitar qualquer conotação preconceituosa, para depois pedir mais diálogos sobre o mesmo tema.

André Gabeh compartilhou que inicialmente estava muito entusiasmado por fazer parte do projeto, especialmente, por ser originário do subúrbio do Rio de Janeiro, que é o cenário de Vai Que Cola. No entanto, o roteirista também explicou que, apesar do receio de enfrentar críticas, ele sentiu a necessidade de se posicionar, já que tinha um temor ainda maior de não ter a oportunidade de se defender.

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