Atriz da Globo assume que é AUTISTA: o que isso significa?
Uma famosa atriz Global recebeu diagnóstico tardio para autismo. Ela explicou detalhes sobre o transtorno do espectro autista durante entrevista
O autismo é um transtorno global do desenvolvimento, que pode causar limitações em termos sensoriais, sociais ou dificuldades na linguagem verbal.
Diferentemente do que muitas pessoas podem pensar, o autismo sempre existiu. A diferença é que, nos dias de hoje, as formas para identificar o transtorno estão, cada vez mais claros.
O diagnóstico é feito através de avaliações comportamentais, já que não existe um exame clínico que comprove a presença do autismo.
Mesmo assim, o diagnóstico tardio de autismo ainda é muito frequente. Este foi o caso de uma atriz global, que recebeu o diagnóstico de autista aos 52 anos. A seguir, entenda exatamente o que isso significa.
Atriz revela que é autista, em entrevista
A atriz Letícia Sabatella compartilhou em uma edição do podcast “Papagaio Falante” uma notícia pessoal reveladora. Recentemente, a estrela de 52 anos, recebeu laudo para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas você sabe o que isto significa, na prática?
De acordo com a estrela, “ainda é um pouco prematuro eu falar disso, mas após investigações de uma psiquiatra e uma neurologista, descobri que estou dentro do espectro autista, especificamente num grau leve conhecido como Asperger, que apresenta características ativas e passivas.” A revelação foi feita durante uma conversa com os apresentadores Renato Rabelo e Sergio Mallandro, do podcast “Papagaio Falante”.
Através desta descoberta, Letícia Sabatella também analisou uma possível conexão entre sua escolha profissional no campo das artes e seu diagnóstico tardio. Ela especulou que sua opção pelo teatro e pelas artes poderia ter sido um mecanismo inconsciente para aprender a lidar de maneira mais eficaz com sua realidade, que envolve uma intensa hipersensibilidade e uma certa ingenuidade na forma de perceber o mundo.
Autismo: transtorno afeta 1 a cada 36 crianças
Estudo recente do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) indica que 1 em cada 36 crianças está dentro do espectro autista. Vale ressaltar que esta estatística pode estar defasada, já que o resultado é divulgado 3 anos após a coleta de dados. Isso significa que a prevalência do autismo pode ser ainda maior.
Os dados do estudo fazem referência aos Estados Unidos, mas os pesquisadores do instituto afirmam que os números podem ser extrapolados para outros países do mundo. No Brasil, por exemplo, não existe, atualmente, uma pesquisa com o objetivo de avaliar a evolução dos casos no país.
No entanto, a informação mais importante do estudo diz respeito a certeza de que o autismo não é raro. Se a cada 36 crianças, pelo menos 1 é autista, é simples concluir que em uma sala se aula haverá mais de um aluno dentro do espectro. Essa informação é extremamente importante para que as instituições de ensino e a sociedade como um todo possa se adequar a essa realidade, com políticas de inclusão.
Avaliação é multidisciplinar
Cada autista é único e, justamente por isso, não existe um exame capaz de detectar o transtorno. A avaliação é multidisciplinar e envolve diferentes profissionais, em múltiplas consultas, para que o laudo possa ser fechado. Para se desenvolver de forma plena, uma criança autista precisa de múltiplas terapias, como psicoterapia, psicomotricidade, terapia ocupacional e sessões de fonoaudiologia. Os custos são altos, mas no Brasil é possível fazer as sessões através do SUS.
É importante ressaltar que existem 3 graus de suporte para o autismo, sendo o nível da atriz Letícia Sabatella o mais leve dos três.
A revelação da atriz aborda importantes sobre a compreensão e aceitação do autismo, mostrando como uma figura pública pode contribuir para promover a conscientização e a compreensão do transtorno.