ENTENDA: Associação de PM’s PROCESSA emissoras de TV
Conjunto de policiais militares não gosta de termo usado e decide questionar emissoras de TV no tribunal.
Em uma reviravolta legal, uma associação de policiais militares está movendo um processo contra emissoras de televisão em relação ao uso de terminologia em suas reportagens.
Os PM’s alegam que certos termos utilizados pelas emissoras prejudicam a imagem e o trabalho da corporação, e agora estão buscando uma resolução nos tribunais.
Continue lendo e entenda toda esta polêmica.
PM’s questionam terminologia jornalística
Os policiais militares argumentam que o uso de termos específicos pelas emissoras de TV contribui para uma visão negativa da corporação perante o público. Eles acreditam que as reportagens frequentemente não refletem adequadamente a complexidade de suas operações e, em vez disso, utilizam terminologia que tende a estigmatizar os policiais. Agora, a associação está buscando um entendimento legal sobre como as emissoras devem abordar essas questões em suas coberturas jornalísticas.
Associação processa por uso de termo sensível
A Fenepe (Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais), uma associação que representa mais de 40 entidades de oficiais militares das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros no Brasil, tomou medidas legais contra as emissoras Globo, Band e TV Cultura.
A associação busca proibir que programas jornalísticos dessas emissoras usem o termo “chacina” para descrever as operações conduzidas pela polícia militar desde o final de julho nas cidades de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo.
A operação, denominada Escudo, foi desencadeada após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a tropa de elite paulista, resultando na morte de 22 pessoas.
A Fenepe alega que as reportagens exibidas nos telejornais dessas emissoras, como Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Cultura, Jornal da Band e Brasil Urgente, utilizaram o termo “chacina” para caracterizar o trabalho policial, o que consideram uma “ofensa à corporação”. A associação solicitou uma liminar que impedisse as emissoras de usarem os termos “chacina”, “extermínio” ou “tortura” em suas reportagens sobre a operação, com uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Justiça vai ouvir emissoras
O juiz responsável pelo caso, Fábio de Souza Pimenta, negou a primeira tutela de urgência enquanto a ação não é julgada, argumentando que “não é possível aferir, de plano, ilicitude na conduta dos requeridos, tendo em vista o direito constitucionalmente garantido à livre manifestação de pensamento”.
No entanto, a decisão final será proferida após as emissoras apresentarem suas defesas. A Band se recusou a comentar o caso, enquanto a TV Cultura e a TV Globo alegaram desconhecimento da ação judicial, e a Fenepe não respondeu aos contatos da reportagem.
Jornalistas enfrentam intimidação em coberturas de políticas e policiais
Em contextos como o da Operação Escudo, jornalistas muitas vezes enfrentam intimidação e desafios para relatar os eventos de maneira imparcial e precisa. O processo movido pela Fenepe contra emissoras que usaram o termo “chacina” em suas coberturas destaca as tensões entre a liberdade de imprensa e o direito à expressão das forças policiais.
A intimidação e pressão sobre jornalistas podem impactar a qualidade da informação divulgada ao público e destacam a importância de um ambiente seguro para a mídia enquanto desempenham seu papel crucial de informar a sociedade sobre questões de interesse público.